domingo, 22 de maio de 2011

Escarro das balas de goma.

Toma impulso, sai girando, pega vento, atinge sua vista; e a conquista lhe congelou as pontas dos dedos. Porque é só cômodo estarrecido após comemoração de final de ressaca moral, despindo roupas emprestadas e amuadas por qualquer demonstração de afeto aleatória, porque não foi o bastante, ou dói lembrar, mas ainda assim perfura os pulmões numa falha tentativa de recuperar o ar; e não é a tua cor de fatos que me afeta, porque continuas inalando a mostarda do meu orgulho, porém, assume a falta de decência que alimentas, só para não continuar participando da minha coreografia. Mas é tanta metáfora meu bem, são tantos os motivos para que tu não queiras temer, então por que fecha os olhos ao olhar para mim? Por que esperas o susto que não sabe se vai ter?

- Ligar e desligar é no cérebro, se nós paramos de pensar, nós morremos.
(Verônica Hiller)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Finja até que atinja.

 Quando toda a poesia do começo se revira em esmalte descascado, em degradê armado. Mas não quero que volte a sensação de vazio, porque ela aumenta a cada passo que dou, sem munição para asfixiá-la. É falta, é precisão, é saudade. Saudade que me come por dentro, pedindo presença sua para que eu absorva todas suas entranhas, fazendo-me mal ou não... é como esse talco tentando aquecer minhas mãos que agora jazem ásperas de rancor. Não somos velhos, não somos veneno, mas me faz mal esse viagra astuto, que vem jurando mudar meu mundo. Tentarei ser alguma cura, enquanto esse navio cintila em águas não tão profundas, ora virando, ora se erguendo, oscilando entre o fundo da minha alma e a superfície dos seus olhos, que perderam o brilho entre preencher e deixar vazio, porque agora é frio e antes não tinha que ser. Era veneno da vinícola, que deixou róseo meus lábios de sal; eu sou teu desacato, ou tu és o meu, afinal? Começa aquele clímax novamente, mas não mude, oh, não mude tua falta de repreensão, pois eu não mudei minha ingratidão para com a tua falta, só a tua falta. E por que tens de ser remoto? Porque é ausência, meu bem, ausência de bons modos, e fartura de motivos que nos levam a estaca zero, novamente, definitivamente. Não é desculpa a ser pedida, é a dor de te ver nessa contagem que amortece a tirania da minha poesia, a tirania da minha vida, ou só a de não ser eu, ou para mim, ou por mim; já era serra de setembro, melancolia de janeiro, e tu ainda não fez idéia do quanto marcou. Tu és o meu tango ou eu sou tua marcha fúnebre?

can't you see their faces melting as the sun rains from their eyes
ooh their gonna keep your head with the hearts that you hang behind
look at yourself, look in the mirror, don't you see a lie?
that you tell yourself again a thousand times
and the truth that makes us laugh will make you cry
you wanna die, no.   

terça-feira, 8 de março de 2011

Como algodão.

Dias nublados e vento para bagunçar os cabelos; era um tipo de entretenimento pessoal do destino para os aproximar quando achava que era hora, e agora era, não só ele sabia. Porque soa realmente inconveniente dois seres que nutrem uma aversão tão absoluta um pelo outro, terem o mesmo principal costume: procurar o negado. Algo incomum, de fato, mesmo que para eles fosse comum ir ao parque quando o tempo armava uma tempestade, quando qualquer pessoa idosa estivesse cobrindo espelhos, e mães desligando aparelhos elétricos, ou quando crianças estivessem procurando um refúgio por medo dos trovões. Incomum não, soava apenas irônico que algo que trouxesse tanto receio para terceiros acabasse trazendo tanta paz para ambos, porque era só o que os interessava, mesmo que qualquer paz se dissipasse quando eles se encontravam.

- Fantasmas do passado costumam me assombrar, afinal.
- Você tem um parque inteiro para correr deles, Charlotte.
- Não finja que acredita que eles estejam dispostos a fazer minha vontade fugindo, a fazer a deles se divertindo.
- Certo, eles não estão; talvez seja por isso que você os classifica como passado, sempre atrás de você, que finge não gostar da brincadeira, assim como finge não gostar desse ciclo vicioso. Tudo porque adora a nostalgia.
- Nostalgia que custa caro, e eu me abrigo em ventos do sul, pedindo que carreguem tamanho preço, tamanho apego...
- Apego! Tamanho apego que demonstra agora, quando já somos futuro do passado? E você não é nem tão santa que não faça estrago, nem tão diaba que não crie uma prece. Se arma externamente para evitar a proximidade, recusa os convites da sua mente e reage de forma leviana e desastrada, quando na verdade calcula seus movimentos e planta suas vinganças.
- Pois bem! Engulo meu caráter por auto preservação, mas é você quem se nutre através disso, e tudo bem para mim que só preciso enterrar, deixando que você toque a marcha fúnebre. Apenas saia, desprograme-se,  desligue-se de mim.
- E se aconselho que não me deixe? Moro em sua mente, sou sua consciência.
- Vou-me embora e espero que os raios lhe cessem o caminho até mim; até a próxima assombração.
- Até a próxima tempestade.

sábado, 5 de março de 2011

Tem faltado o gosto da nostalgia.

Não existem meios termos, não agora que tudo dá essa impressão de querer ruir; pois não sabes então quão trágica é em mim a sensação de uma despedida rápida no portão de um lugar em que todos nos esbarram, me esbarram para longe de ti, me empurram e puxam na direção contrária, e o único físico que dói é o boato de que ouço sobre quando o amor morre, o único físico que faz meus ouvidos sangrarem, ou meus olhos arderem quando tu não olhas para trás, para ver em sua menina tudo que a queima por dentro, só por estar longe demais. E o que fazer com aquele vermelho que se desbotou? O pecado original seria deixá-lo se desbotar mais, e eu temo que isso não mude. A pior verdade se baseia em mim quando não sei como reagir. 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Whatever people say.

Era como um embrulhado de palavras no estômago; não, não borboletas, e o pseudo vegetarianismo também não tem nada a ver. Era algo como ansiedade de saber o que está por vir, de conhecer, viver, e acima de tudo, aprender. Esplandeci meu subconsciente, mas só porque quando ouvi aquela voz forte e marcante senti meu coração parar de bater, e todas minhas gargalhadas cessaram instantaneamente – parei, tomei o ar necessário – NÃO FUNCIONOU; tomei postura e... PUUF, a postura só me ajudaria a respirar melhor, e respirar melhor não me ajudaria a recuperar meu chão. Porque a real é que a maioria das pessoas quer alguém ao lado pra poder desabrochar da maneira delas sem a pressão da primeira impressão. Bem, tanto faz, aquela urgência em se encontrar e sentir o deja vu dançando debochadamente em sua cara, normalmente é o que te faz querer ser o próprio saco de pancadas e aprender a crescer. Crescer. O verbo que reúne tudo aquilo que tecnicamente você só aprende mesmo na raça, sem qualquer preparo teórico, partindo logo pra prática; digo, pode haver uma teoria, um texto de introdução, mas enquanto não se quebra a cara atrás do que se quer, não se cresce por completo. Aprender requer bater na mesma tecla, conhecer todos os bemóis, repetir a mesma música de novo, de novo, de novo, e de novo... eu permaneço aqui, repetindo a mesma musica e errando na letra. É uma questão de tom? Porque estou errando também nas tonalidades, como nesse vermelho do nosso sentimento; o que vem acontecendo à ele? Porque se desbotou tanto que agora parece mais laranja. 

domingo, 10 de outubro de 2010

But still decided to stop her there..

Um tênis branco durante uma chuva infernal. Quem se importa com a cor, afinal ?
Não é mais sobre o que te faz feliz, e eu nem quero imaginar como vai terminar. Diz-me apenas o porque das palavras não soarem do modo como devem ser entendidas. Por que ninguém mais corrige ? Não é mais sobre o meu silêncio que aflige.
Por que mesmo eu estou perdendo meu senso de realismo? 
Apenas preciso tomar minha dose de consciência, mas ela tem sido cara, meu querido, cara demais para uma ressaca de arrependimento. Não é exatamente sobre uma busca por quem eu realmente sou, seria muito mais do que isso, mas é incerto, é tudo incerto; como num pressentimento de que tudo desapareça assim que eu der as costas, e dói, dói incomensuravelmente o câncer do seu desaparecimento. Como num modo delicado, porém corrosivo de me matar, lentamente, agilmente. Nunca precisaste realmente me conhecer para ver o quanto a minha alma era transparente para ti; ironicamente não percebe o quanto isso é angustiante. Uma idealização pessoal. Certo. O plástico bolha não era exagero, assim como meu segundo nome; e nem o jornal me embrulhando deste modo, tão friamente, me induzindo a permanecer escondida, por uma singela questão de autoproteção.
Irá você me levar abaixo?
Perdão pela anomalia não sacrificada, indo em movimento retardado para a beira do precipício.Abrindo um perfil de informações. Você sabe que todas elas são sobre você? Ou então que são todas falsas ? Eu nem vou lhe pedir mais para não me chamar de amor.
Há 5 meses tendo algo em que pensar na hora de deitar, agora isso parece novo.
É apenas a erva daninha da dúvida que me plantam, constantemente, e eu as rego, sempre.
“Tudo bem.”  É algo relativo, é algo complicado, você não sabe. É sobre quando tu não apareces; sobre essa linha curvada e obscura que brota entre meus olhos, dando-me uma expressão indescritível, que eu sei que reflete apenas minha mente e meu estado de alma. E o que se passa internamente eu não divido, não mesmo. 
23:23 já havia avisado, e eu nem dei muita bola, na real.
Apenas responde, aonde foi que você se guardou ?
Seu sarcasmo me atrapalha agora; é a hora de ir embora, e nós sabemos que vamos repetir o ‘‘eu te amo” juntos, sempre, e eu nem quero o “mas”, apenas o “eu te amo” me satisfaz, e não sei o porque de tanta urgência nisso tudo. Apenas venha, e me faça rir com os olhos, penetrando nos seus e fazendo o estrago todo; 
Podemos nos acabar tanto assim?
Posso eu lhe encontrar do meu modo?
Talvez eu devesse parar de pedir permissão para algo tão incerto.

Mas e quando é incerto apenas para mim? Tudo o que eu quero se resume em uma noite fria e você aqui, deitado ao meu lado, just. Essa ortografia toda não importa, we know. Obrigada por me fazer acreditar. Apenas sinto saudades de quando podia ser mais fria, e realista, e pé no chão; por que esse sentimento sufocante brinca assim com a gente, de iludir, de machucar? E nem é possível chamá-lo de racional, afinal. Costumo confundir intuição com insegurança, e isso pode cortar laços. Mas e quando você aparece contando os dias que estamos juntos.. isso me amolece tanto.. e seguimos assim, com todas essas coisas internas em mim, corroendo, mas em momentos assim se reconstituindo e tornando impossível as ruínas desses laços que se fortalecem repentinamente, sempre. A convivência pode se tornar algo não saudável, afinal. Todo esse cuidado, essa necessidade de novas informações e essa urgência de você, afetam meu sistema nervoso completamente, fazendo meu metabolismo decair e entrar em oposição com minha saúde, e o pior de tudo é: NÃO HÁ NENHUMA CONTRADIÇÃO.


Nos dirigimos então rente a um redemoinho de água e vento, nos perdendo em um embrulhado de curiosidade e reconhecimento da clássica cena: ele cantando em seu ouvido, ela desfrutando do timbre marcante em sua voz, familiar em sua cantiga de ninar mental. 

terça-feira, 7 de setembro de 2010

My darling, you're not coming back again...

Não vamos criar caso, é apenas a contra-capa, afinal, como o medo de começar algo, ou então o medo de terminar.
É serra, é vento, é mar, é noite; ou então é apenas solidão.
É a nossa música, é a minha música; ou então é só o seu acorde nesse ritmo nauseante; nauseante de amor, de suavidade. A suavidade que você não tem, o amor que você questiona.
São só cinco dias, afinal, como o meu refúgio, ou a minha deixa para todas as suas distrações.
É paciência, é saudade, é vontade de uma unificação inteira, é noite.
É a falta de notícias suas que afetam meu psicológico; notícias que eu também não dou, a falta que eu não sei se faço.



Oh that boy's a slag,
the best you ever had,
the best you ever had,  (8)




ao adorado dia 04.09, passado tão dignamente sobre um beliche com meus fones e tanta amargura, sempre tão lembrado, como o meu tão útil sentido me fazendo sentir a dor das coisas que eu ainda nem presenciei.