terça-feira, 17 de agosto de 2010

"Não sou eu quem pergunta, e nem sou eu quem se importa."

Seus olhos naufragaram apenas na doce, ou nem tanto, realidade que se passava, e não era sua realidade. Era a realidade de uma garota, a qual foi convencida que para seus 218942 dias teria companhia constante, aquela que não se quebraria, aquela que não acabaria, e em só uma questão de 5 meses viu tudo se esvaindo. No final, não importa o quão intenso foi, no final de tudo com a mesma intensidade vai doer, e só seria comprovada a teoria de que tudo ruiria de um jeito ou de outro, que as promessas não seguram nada. E quando disse que pesquisava, não disse que era sobre sua vida, seu passado. Se tanta coisa importa agora, eu não sei mais como continuar. A sociedade julga o materialismo como fútil e banal, mas ao menos os objetos parecem sempre indiferentes, sem fingir, sem serem hipócritas, sem esquecerem; ou um equipamento funciona, ou não funciona, e as pessoas se estressam com isso apenas porque eles não podem expressar qualquer coisa. Ah quem se contente com animais de estimação para curarem demasiada carência, mas um dia eles morrem, e todo mundo se acaba novamente. Com os objetos isso não é necessário, a não ser que tenha custado muito dinheiro, e sabe por que ?  porque eles não sentem, porra. Não busque a ansiedade e você ao menos se protege da possibilidade de estragar algo que poderia ter durado, mas e daí ? A forma de se apegar é a maior covardia do ser humano. Peco eu na vontade de desejar que isso acabe? Se tudo parece irremediavelmente perfeito, e assim passam sentimentos tão dispersos, qual é o meu problema ?  O clássico “e eles viveram felizes para sempre. the end.” é o que todo mundo procura, mas ninguém tenta ao menos se aceitar antes disso, nem tentam mentir para si mesmos antes de procurar o denominado basico, porém, que acreditam ser melhor, sem saber o que é ao certo. E talvez procurem, mas não importa, de fato, os resultados pra quem tenta. Às vezes, o ser humano precisa ser racional. Importa ?  Acreditei tanto, me esforcei tanto, fui tão otimista mesmo quando só sabia ser pessimista, e acabei por cavar minha cova. Se algo daquela intensidade acaba daquele jeito, seria inteligente apostar tanto novamente? Queimar tantos neurônios utilizados em algo por fim inutil, seria conveniente em algo a mais além de dar um tiro no próprio pé ?  Quando não posso mais utilizar a sensibilidade ao invés da razão, a questão não se altera no fato de conseguir enchergar, mas de saber. No final não é o medo de se machucar, mas a tentativa falha de alguém que cansou de tentar. O que é isso que manipula as ações do ser humano ?  Digno de fragilidade, mesmo quando não aparente, é vergonhoso. vai a merda maldita sociedade.

Ouvi dizer que a sensação de queda nos faz acordar. A mil metros do chão, por que eu não acordei ?  A mil metros do chão, é apenas o constante e desprezível pesadelo de sempre.
Digo sim ao materialismo. E TENHO DITO.

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